O ocidente como responsável pelas crises da Ucrânia e da Geórgia
DOI:
https://doi.org/10.26792/rbed.v5n2.2018.75035Palavras-chave:
Ocidente, Crise da Ucrânia, Crise da Geórgia, Rússia.Resumo
Em 2008, a Rússia interveio na Geórgia e reconheceu a independência das províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia. Em 2014, a Rússia promoveu ação militar na Ucrânia e anexou a península da Crimeia ao território russo. Tomando como foco de análise estes dois fatos históricos, o presente trabalho tem como objetivo comparar as crises da Ucrânia e da Geórgia, a fim de demonstrar que ambas as crises têm suas responsabilidades dadas às ações do Ocidente. Em termos metodológicos, foi realizada uma análise comparativa entre as duas crises, utilizando-se o ponto de vista do pensamento realista e da teoria do realismo ofensivo. Como resultado da presente análise, constatou-se que as variáveis – com base nas quais Mearsheimer (2014) afirma que a crise da Ucrânia foi responsabilidade do Ocidente –manifestaram-se na Geórgia. Desse modo, a conclusão desse trabalho indica que a crise da Geórgia, de 2008, também teve o Ocidente como seu principal responsável. Essa conclusão está baseada na existência das variáveis: avanço da OTAN; promoção da “democracia” Ocidental; e expansão da União Europeia, apresentadas por Mearsheimer (2001; 2014), a presença da tríade comportamental (medo, autoajuda e maximização do poder) e as estratégias (de defesa) russas às regiões em estudo. Nesse sentido, e diferentemente do que é afirmado pelo Ocidente, a Rússia teve, em ambas as crises, papel eminentemente defensivo.
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