Incursões das forças armadas na segurança pública sob as lentes do jornalismo para a paz: o Rio de Janeiro como “laboratório de guerra”
DOI:
https://doi.org/10.26792/rbed.v8n2.2021.75274Palavras-chave:
Rio de Janeiro, Estudos para a Paz, violência estrutural, grande imprensa brasileira, Jornalismo para a Paz.Resumo
Com base na análise de materiais da grande imprensa brasileira compilados pelo Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas acerca das operações armadas na segurança pública no estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2016 a 2018, argumentamos neste trabalho que a imprensa brasileira atua com padrões predominantes do chamado jornalismo para a guerra, em consonância com o referencial teórico-metodológico desenvolvido por Galtung, Lynch e McGoldrik. Em contraste com narrativas de mídias alternativas, a exemplo do Observatório da Intervenção, que empodera vozes da favela, constatamos que a mídia brasileira pratica, na maioria das vezes, a chamada verdade única, construída por vozes dominantes, sendo isto um caminho de perpetuação da violência, em detrimento do papel mediador de conflitos que a mídia pode exercer, adotando parâmetros do chamado jornalismo para a paz.
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