O projeto indigenista de Rondon como manifestação do “dispositivo pacificação” no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26792/rbed.v11i2.75404Resumo
O artigo introduz a noção de “dispositivo pacificação” como instrumento analítico para compreender a intervenção contínua das Forças Armadas brasileiras em questões domésticas, utilizando a política indigenista do Marechal Rondon como estudo de caso. Utilizando a genealogia mobilizada por Michel Foucault como método e o conceito de "poder tutelar" como referência teórica, propõe-se uma análise sobre a trajetória de Cândido Rondon como militar brasileiro no início do século XX, destacando como suas estratégias de “assimilação” e trato “harmonioso” da população indígena podem ser vistas como uma prática de tutelagem essencial para a consecução de uma “missão civilizatória” que permitiria um esforço de integração socioeconômica da Nação. Além disso, é demonstrado como a imagem, baseada em Rondon, do militar brasileiro como “agente conciliador” é propagada em pacificações na contemporaneidade. Argumenta-se que a noção de pacificação é um elemento-chave que impulsiona, ao longo da história brasileira, a tradição intervencionista das Forças Armadas, que se manifesta por meio da combinação contínua de guerra interna e assistencialismo seletivamente aplicados a segmentos específicos da população.
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